Expliquei uns tempos atrás que minha receita de massa com couve-flor assada e molho de nozes é o que sirvo sempre que tem convidados onívoros em casa, pois ela nunca decepciona. Mas no meu repertório de receitas ‘onívoro-friendly’ tem uma ainda mais simples, mas que sempre agrada: meu ensopado marinho. Essa foi uma das primeiras receitas que publiquei no blog e até hoje o pessoal me escreve dizendo o quanto gostou desse prato. Embora minha massa seja mais sofisticada, o ensopado marinho é com certeza o meu maior sucesso com a família brasileira. O ingrediente principal é o humilde repolho, mas o resultado final é tão saboroso que ninguém adivinha que aqueles pedacinhos de coisa gostosa são na verdade esse legume singelo.
Fiz esse prato em várias ocasiões aqui na Palestina e ele foi aprovado por amigos estrangeiros, palestinos e israelenses. E embora eu ainda use a mesma receita, uns tempos atrás comecei a acrescentar um pouquinho de algas (nori ou wakame) pra intensificar o sabor marinho do ensopado. Também resolvi aumentar a quantidade de proteína do prato juntado uma xícara de grão de bico cozido. Hoje gosto das duas versões, com e sem grão de bico, mas sempre com um pouco de algas marinhas.
Como a receita apareceu por aqui anos atrás e acredito que muitos leitores não a conhecem ainda, resolvi escrever sobre ela novamente e compartilhar com vocês a versão mais atual do prato. Os leitores que testaram a receita em casa ficaram encantados, então se você chegou por aqui há pouco tempo e ainda não conhecia esse prato, não deixe de experimentar.
Ensopado marinho 2 (vegano, sem glúten)
Como expliquei na receita original, o segredo do sucesso aqui é cortar o repolho o mais fininho possível. Nessa versão troquei o caldo de legumes por molho de soja, pois sei que alguns leitores não conseguem encontrar caldo industrializado sem conservantes. Porém se você tiver acesso a caldo de legumes orgânico, substitua o molho de soja por um cubo de caldo e a receita ficará ainda melhor. Se preferir uma versão mais leve, pra ser servida como entrada, deixe o grão de bico de fora. O prato ficou com uma cor puxada pro verde porque usei coentro picado e congelado (não tinha fresco em casa) e ele acabou se desfazendo no molho. Não façam como eu: usem coentro fresco! O sabor será melhor e a aparência do seu ensopado será bem mais atraente.
1 cebola grande, em fatias
1 pimentão vermelho, em fatias
1 pimentão verde, em fatias
4-6 dentes de alho, ralados/amassados
500g repolho branco, cortado em fatias finíssimas
4 tomates grandes, em fatias
1x de grão de bico cozido (na água salgada)
1 folha de alga nori, tostada* e esfarelada (opcional)
2x de leite de coco
2cs de molho de soja (shoyu)
1 punhado de castanha de caju (aproximadamente 1/3x), de molho por pelo menos 6 horas
1x de água
1cc cheia de amido de milho (maizena)
2cs de azeite
Sal e pimenta do reino a gosto
Um punhado generoso de coentro
-Em uma panela larga aqueça 2cs de azeite e doure a cebola e os pimentões. Junte o alho e deixe cozinhar mais alguns segundos antes de acrescentar o repolho. Mexa bem, cubra e deixe cozinhar alguns instantes em fogo alto, mexendo de vez em quando. É preciso cozinhar o repolho no fogo forte pra que ele caramelize um pouco e ganhe uma cor ligeiramente dourada, mas fique por perto e mexa frequentemente pra não queimar.
-Junte o tomate, grão de bico, alga nori (se estiver usando), leite de coco e molho de soja. Deixe cozinhar coberto (fogo baixo), até o tomate começar a se desfazer.
-Enquanto isso coloque a castanha de caju escorrida, a água e o amido de milho no liquidificador e triture até não sobrar mais nenhum pedacinho de castanha inteiro (esfregue um pouco do líquido entre os dedos pra ter certeza).
-Despeje o leite de castanha na panela e cozinhe mais alguns minutos, até o creme engrossar. Tempere com pimenta do reino a gosto e corrija o sal. Junte o coentro picado, desligue o fogo e deixe descansar coberto durante 5 minutos antes de servir. Sirva acompanhado de arroz. Rende 4-6 porções como prato principal.
*Pra tostar a folha de nori segure-a com um pegador de macarrão e passe a alga alguns centímetros acima da chama do fogão até ela ganhar uma cor brilhante e intensa e ficar bem crocante. Deixe esfriar alguns instantes e esfarele a alga entre os dedos.
Já tinha feito o anterior e a receita é ótima mesmo. Ninguém estava levando o repolho muito a sério, mas ele conquistou a geral.
Mudei duas coisinhas: misturei repolho roxo com verde e coloquei no finalzinho um pouquito de azeite de dendê, mas assim, só para dar aquele cheirinho de moqueca baiana.
Na próxima testo com o nori e o grão de bico, mas pareceu incrível!
Pois é, ninguém dá nada pelo pobre repolho, mas nessa receita ele se transforma totalmente.
Ha pouco tempo conheci o blog e ja testei varias receitas, o macarrao com nozes é simplesmente uma explosao de sabores! Todas as receitas sao deliciosas, faceis de preparar e com ingredientes acessiveis!
Ainda nao sou vegana mas estou no caminho! Obrigada por tornar isso mais facil e prazeroso e parabens por toda a dedicaçao e talento!
O prazer é todo meu, Marcella. Fico feliz por você ter apreciado o meu macarrão com molho de nozes. Eu não sou muito fã de macarrão, então quando publico uma receita aqui pode ter certeza que ela é especial:)
Sandra,, tudo bem?
Não sei o que está acontecendo pois não tenho recebido seus comentários do blog.
Tomo conhecimento através do face.
Aconteceu alguma coisa?
Quanto ao ensopado, faço constantemente, pois todos aqui em casa gostamos. Só falta o ensopado 2.
Um abraço
Rosa, desde que mudei o blog (além do layout mudei a hospedagem) perdi todas as inscrições das pessoas que queriam receber avisos de novos posts por email. Você vai ter que se inscrever novamente pra receber as atualizações. É fácil, basta colocar seu email na janelinha ao lado (à direita).
Que delicia! Já fiz a receita antiga várias vezes e todo mundo aqui em casa adora 🙂 Ainda não consegui encontrar nenhum caldo de legumes industrializado sem conservantes (em compensação coloco mais cebola, alho e algas), então adorei a ideia de usar molho de soja. Obrigada por compartilhar mais uma receita incrível com a gente. Abraços 😀
O prazer é todo meu, Dayse:)
Esse ensopado marinho com certeza é uma das minhas receitas preferidas!!! Simples e delicioso!!!
Fiquei um tempo ausente e acabei perdendo o sorteio do azeite! Que pena!!! Vou esperar o próximo!!! Quem sabe no futuro não teremos um sorteio de livro!!
Uma pena que logo vai ter de se mudar da Palestina, Sandra…. mas com certeza o que te reserva para o futuro será igualmente especial, pois você é uma pessoa incrível e sua presença fará a diferença em qualquer lugar do mundo!
Olá!
Parabens pelo blog!
Boa viagem!!
Até
Oi Sandra!!!! Quase fiz o ensopado marinho hj! E o quase não é pq desisti….rs… e sim pq a despensa estava desfalcada e fiz zilhões de “adaptações”… não tinha grão de bico, usei lentilha, não tinha pimentão, ficou para a próxima, assim como a alga nori q tb faltou… por fim, não usei a castanha pq estou sem liquidificador, mas olha só… tinha um pouquinho de amêndoas sem pele e em lâminas, esquecido na geladeira e foi para a panela! tb tinha cebola roxa, usei junto com a branca e refoguei junto com alho poró em rodelinhas bem finas… ah sim… e o bom punhado de coentro, virou um bom punhado de salsinha (o coentro insiste em me dar urticária)! Em resumo, o quase ensopado marinho ficou uma delícia, meu marido, q não é vegetariano, repetiu três vezes! Ele disse q a cara não é das melhores, mas o sabor é excelente! Assim q possível, quero experimentar a sua receita à risca! Obrigada pelas excelentes dicas! Bjs e boa sorte nas mudanças 🙂
Sandra……se a gente finalizar com um azeite de dendê num ficaria legal não??? é gordura ruim ou boa???
Fiz hoje pro almoço e, mesmo com mil faltas e adaptações, ficou incrível!! Meu marido morrendo de dor de dente e sem conseguir parar de comer! hehehehe
Amei, Sandra! Parabéns, suas receitas são maravilhosas. Levam a culinária vegetal a um nível que muitos achariam impossível.. Deliciosamente surpreendente!
P.S.: Mesmo fazendo a receita completa, o pouco que sobrou do almoço já foi devorado agora no jantar 😀
Sandra, essa receita é do babado! Eu acabei de fazer para minha semana e fiquei surpresa com o quanto ficou saborosa. Errei algumas coisas, com o sal e temperos, mas o gosto básici e a textura da parada me deixaram com os olhos marejados de felicidade! Com coisas simples é possível fazer algo sensacional. Suas receitas são de uma sagacidade absurda e abrem não só nossos horizontes para culinária mas também para o mundo! Obrigada!
Eu é que agradeço o comentário e a gentileza 🙂