Saí da quarentena (que na verdade era uma dezena) ontem, estado no qual tive que ser colocada depois de ter feito uma longa viagem de avião cruzando o Atlântico. E além de ter esperado os dez dias, só me senti segura pra ter contato com a minha família depois de ter feito um teste pra ter certeza que não estava com covid. Minha mãe é idosa e tem a saúde frágil, então precisamos levar o protocolo sanitário a sério.
E assim que fui liberada, corri pra cozinha. Ontem fiz uma moqueca de caju que merece aparecer por aqui, mas antes de compartilhar essa receita vos ofereço uma ainda mais simples: farofa de beterraba. Depois que me reconciliei com a farofa, a argamassa da vitória (e da revolução proletária, pelo menos no Brasil), não perco uma oportunidade de preparar, comer e compartilhar esse prato. E essa aqui eu aprendi com minha irmã Lu (a do bolo de laranja), que por sua vez conseguiu a receita com uma amiga.
Farofa de beterraba
Como toda farofa, a quantidade de farinha pode ser adaptada de acordo com o seu gosto. Eu gosto de farofa úmida, então uso menos farinha. Se gostar de farofa mais seca, use mais. Outra coisa importante sobre farofa: pra que ela fique úmida, as pessoas costumam carregar na gordura, mas eu consigo a mesma textura simplesmente usando menos farinha (e mantendo o óleo numa quantidade que acho aceitável).
1 beterraba (média – CRUA)
1 cebola, de preferência roxa (média)
1 punhado de coentro
Páprica doce defumada (opcional)
Óleo ou azeite
Farinha de mandioca, fina e peneirada (aqui usei uma amarela, que vem misturada com um pouco de cúrcuma, mas a branca funcional igual)
Sal a gosto
Rale a beterraba no ralo grosso (ou passe no processador, se tiver um). Corte a cebola ao meio, depois em fatias finas.
Numa panela grande, de preferência um tacho do fundo grosso, aqueça a quantidade de óleo ou azeite que achar aceitável. Farofa precisa de gordura pra ficar gostosa, mas usei aqui aproximadamente 3 colheres de sopa (de cozinha, não colher medidora) e pra mim fica perfeito.
Refogue/frite a beterraba junto com a cebola (fogo alto), mexendo de vez em quando com uma colher de pau, até a beterraba reduzir e ficar ligeiramente tostada. Fique de olho pra não queimar, mas, como falei, uma tostadinha é bem-vinda. Baixe o fogo e vá juntando a farinha de mandioca peneirada e mexendo, até chegar no ponto que você gosta. Tempere com sal e páprica doce defumada, se estiver usando.
Desligue o fogo e junte o coentro picado. Rende de 3 a 6 porções (dependendo do seu amor por farofa e da quantidade de farinha utilizada).
*A farofa da direita foi feita por Lu, a da esquerda, por mim. Veja como duas pessoas podem seguir uma mesma receita e obter resultados diferentes.
Eu adorei a receita, seja bem-vinda as terrinhas. Engraçado ela parece com a farofa de carne seca. Enfim um comentário desnecessário, mas pra quem consumir sem saber irá pensar que é de carne seca. Gratidão!
Fiz hoje e ficou uma delícia! Obrigado por compartilhar.