Estou aproveitando que minha mãe está tirando um cochilo pra compartilhar essa receita com vocês, então serei breve. (A vida de quem tem māe idosa e doente em casa é assim: só posso trabalhar aqui no blog nos intervalos do outro trabalho, o de cuidadora.)
Conhecem farofa d’água? É bem popular aqui no RN, mas pesquisei rapidamente e descobri que ela é apreciada em outros estados do Nordeste.
Depois que entendi a farofa, o que me levou a me apaixonar por ela, compartilhei minhas receitas preferidas aqui: farofa de banana e couve, farofa de beterraba, farofa rica e a famosa farofa de cenoura da minha família que, diferente das outras, leva farinha de rosca e não de mandioca. Mas a farofa mais simples e humilde de todas é a farofa d’água.
A receita é o que o nome diz, mesmo: farinha + água. O que me leva a imaginar que foi um prato criado em um período de carestia e isso faz com que o meu carinho por ela só aumente. Pra incrementar o sabor acrescentamos cebola (a roxa deixa o prato mais bonito, mas pode usar branca também) e coentro, assim como manteiga, geralmente de garrafa. Na minha versão uso azeite de oliva, mas meu sonho mesmo é conseguir uma garrafa de azeite de babaçu, o óleo vegetal mais saboroso que já provei, pra usar nessa receita. Azeite de babaçu tem um sabor incrível, amanteigado e ficaria um desbunde nessa farofa. Mas mesmo com o azeite, ela é uma delícia. E a textura? Uma delicadeza de emocionar!
Farofa d’água
Aprendi essa receita com a minha sobrinha Lenita, que adora farofa d’água e se inspirou da receita de um restaurante famoso aqui de Natal. Ela me ensinou o modo de preparo e eu usei as quantidades que me parecerem adequadas pro meu gosto, além de ter substituído a gordura animal (manteiga) por um óleo vegetal (azeite) . Essa é uma farofa úmida e delicada, então se você está acostumada com farofas crocantes, não se assuste.
1 1/2 xícara de farinha de mandioca (de ótima qualidade, fininha ou, se for grossa, peneirada)
2/3 de xícara de água
5 colheres de sopa de azeite (de oliva ou, se você tiver, de babaçu)
1 cebola roxa pequena, picada (pode ser branca)
Um punhado de coentro, picado
Sal a gosto
Coloque a farinha de mandioca, a cebola picada e o azeite em um recipiente grande. Tempere com sal e misture rapidamente. Aqueça a água até começar a abrir fervura (não precisa ferver!). Despeje a água quente, aos poucos, sobre a farinha e vá misturando com uma colher pra que ela molhe toda a farinha. Termine com as mãos, misturando bem e quebrando os grumos maiores. A aparência deve ficar como na foto acima: cheia de bolinhas, mas todas pequenas. Se achar que ficou muito molhada, junte mais um pouquinho de farinha. Se achar que ainda está muito seca, junte mais um pouquinho de d’água quente, até ficar do seu agrado. Por último junte o coentro, misture bem e prove. Acerte o sal. Essa farofa é mais gostosa quando consumida imediatamente depois de ter sido preparada, então faça apenas a quantidade necessária (divida a receita, se preciso).
Amo como você transforma uma receita carregada de simplicidade em um deleite para a imaginação das suas leitoras. A farofa d’água já me conquistou por aqui. <3
Que encanto ver uma receita que é tão afetiva pra mim explicada por tuas palavras bonitas, Sandra! Sou da Paraíba, minha família é toda do Cariri e chamamos essa farofa de farofa de pobre! O que corrobora a tua fala sobre o período de carestia. Espero que esteja tudo em paz contigo e teus familiares. Abraço!
Na foto, a farofa tá com cara de feijão macassar amassadinho. E não vai ao fogo? Interessante. Eu tô acostumado com farofa molhada, já que costumo fazer uma com o resíduo do leite de côco e não fica sequinha. Ótima dica <3
Isso mesmo, ela não vai ao fogo. É a farofa pra fazer no calor 😉
Adorei a receita da farofa d’água.
Sandra, já faz um tempo que o site está dando erro ao cadastrar email para as notificações.
Você não é a primeira pessoa que me avisa, então vou tentar resolver isso o mais rapidamente possível.