Panqueca de abobrinha e grão de bico

O lote que cultivamos coletivamente, nos Jardins Operários, está dando muita abobrinha no momento. Os pés de abobrinha que eu mesma plantei e que me foram presenteados por Maria, uma das operárias que cultivam aquela terra, pertinho do nosso lote. E, procurando novas maneiras de cozinhar abobrinha, decidi fazer essas panquecas um dia e foi um sucesso tão grande que agora pra todo lugar que vou, chego com elas embaixo do braço. Em duas semanas elas apareceram em pique-niques, reunião com o coletivo, jantar de comemoração nos jardins, jantar com as amigas aqui em casa e até levei pra reconfortar uma camarada no dia em que ela perdeu sua cadela velhinha. 

A receita segue o mesmo princípio dessa “mini fritada de couve-flor”. Não duvido que seja possível utilizar essa base com uma infinidade de outros vegetais, mas a mistura de abobrinha com grão de bico me pareça perfeita. E o molho de tahina é um velho conhecido aqui do blog, mas dessa vez acrescentei coentro pra ficar ainda melhor. Se você odeia coentro, basta usar salsinha que também fica supimpa.

Panqueca salgada de abobrinha e grão de bico com molho de tahina e coentro

Abobrinhas variam muito de tamanho, então adapte a receita ao que você tiver em casa e/ou ao número de pessoas comendo. Como sempre, aqui vão os ingredientes e as instruções de preparo, mas sem as medidas. O importante é ter uma ideia da proporção de abobrinha e farinha de grão de bico, o resto é tempero e você decide o quanto quer usar. A mesma coisa é válida pro molho, que é opcional, mas altamente recomendado. 

Abobrinha (italiana)

Farinha de grão de bico (bem fina)

Cebolinha

Sal e pimenta preta

Azeite ou óleo

Molho de tahina e coentro

Tahina (pasta de gergelim)

Suco de limão

Coentro ou salsinha

Alho (opcional)

Sal e pimenta preta

No dia anterior misture a farinha de grão de bico com um pouco de água, aos poucos, mexendo bem com uma colher pra ficar homogêneo e sem carocinhos. A textura deve ser bem espessa, pois no dia seguinte você vai acrescentar a abobrinha e ela traz muito líquido à mistura. É importante fazer isso na véspera de quando quiser comer as panquecas, pois a farinha de grão de bico fica muito mais saborosa, e cozinha melhor, se for hidratada por 12 horas antes de ir pra frigideira. Eu vou além e deixo minha massa fermentar um pouco, como dá pra ver na foto abaixo, à esquerda (fermentação natural, só colocar em um local quentinho da cozinha que numa noite começa a fermentar).

Depois da noite de descanso (no dia seguinte), rale a abobrinha, com casca e sementes, no ralo grosso. Salgue e deixe descansar 5 minutos pra liberar um pouco do líquido do vegetal. Enquanto isso corte miúdo um pouco de cebolinha, a parte branca e a verde. Depois coloque a abobrinha ralada numa peneira e use a palma da mão pra espremer a abobrinha contra a peneira. Não precisa espremer muito, basta retirar um pouco da água. Misture a abobrinha ralada/espremida com a massa de farinha de grão de bico que estava repousando. O ideal é usar o dobro de volume de abobrinha – depois de espremida- em comparação ao volume de massa de grão de bico. Acrescente a cebolinha cortada, um pouco de sal e tempere com pimenta preta. Prove pra ver se precisa corrigir o sal. 

Aqueça um pouco de azeite/óleo em uma frigideira anti-aderente e despeje colheradas da mistura. Pra cozinhar direito e virar com facilidade, não faça panquecas grandes: uma colher de sopa bem cheia por panqueca é ideal. Tampe (minha frigideira não tem tampa, então cubro com outra frigideira) e deixe cozinhar em fogo baixo até as bordas ficarem douradas. Destampe a frigideira e use uma espátula pra virar os bolinhos. Deixe cozinhar do outro lado, dessa vez sem cobrir. Quando estiver dourado dos dois lados, está pronto. Repita a operação com o resto da mistura. Deixe amornar antes de servir, pra textura firmar um pouco dentro do bolinho. 

(Eu gosto de ir colocando as panquecas prontas dentro de uma travessa de vidro, umas em cima das outras, e tampada. Assim o vapor criado dentro do recipiente continua cozinhando levemente as panquecas, deixando tudo bem macio, e ao mesmo tempo elas amornam o suficiente pra ficar na textura perfeita, sem ficarem fria. Mas mesmo frias, são deliciosas.) 

Se estiver servindo com o molho de tahina, aqui vão as instruções de preparo. Misture a tahina com um pouco de suco de limão e mexa bem. Vá acrescentando água aos pouquinhos, mexendo bem, até atingir a textura de um creme fluido. Junte alho (pilado ou ralado – a gosto), se estiver usando, tempere com sal e pimenta preta. Prove e decida se precisa de mais limão ou mais sal. Ficou líquido demais? Junte mais tahina. Ácido demais? Junte mais tahina e mais água. E assim por diante. Use seu paladar pra te guiar, basta respeitar a textura: cremosa e fluida. Pique um punhado de coentro (ou salsinha) bem miúdo e misture ao molho. Sirva com os bolinhos. 

Esse molho pode acompanhar uma infinidade de coisas. Pode inclusive ser degustado simplesmente com pão.

Deixe uma resposta