No último post eu disse que apesar de não ter planejado, acabei virando a rainha do makluba (veg). Meu relacionamento com ele começou em 2007, quando cheguei na Palestina. Descobri que era o prato nacional por ali e sempre que era convidada pra comer na casa de alguém, lá estava ele na mesa. Depois fui trabalhar no projeto de mulheres no campo de refugiados de Aida e aprendi, junto com os estrangeiros que participavam das aulas de culinária, a preparar o famoso prato. A versão tradicional é feita com frango, mas como muitos dos nossos ‘alunos’ eram vegetarianos/veganos, consegui convencer Islam (a coordenadora palestina do projeto e nossa cozinheira-mor) a preparar também uma versão 100% vegetal durante as aulas.
Continuar lendo “Quando a saudade aperta”Autor: papacapim
Fui ali em Paris
Acabo de voltar de quatro dias em Paris. Uma das melhores coisas de ter voltado a morar na Europa é poder pegar um ônibus ou um trem e em duas horas estar em outro país. Dessa vez fui dar aulas de culinária palestina e preparar um jantar pra acompanhar a exposição de uma noite que Anne fez por lá. Eu sei, não faz muito sentido ter aulas de culinária palestina com uma brasileira, mas acabei virando a rainha do hummus e do makluba. Claro que todas as minhas aulas são veganas, mas isso nunca foi um problema. A culinária palestina é extremamente vegan-friendly e é fácil veganizar os pratos que geralmente usam animais. Quando eu morava em Belém minha vizinha, Violete, era uma palestina cristã ortodoxa e durante a quaresma ela seguia (como os outros cristãos ortodoxos) um regime completamente vegano. Violete e outros amigos palestinos cristãos me ensinaram as versões veganas dos pratos mais tradicionais e como passei anos trabalhando num projeto de culinária no campo de refugiados de Aida pude acumular bastante conhecimento sobre o assunto. Mas se alguém tivesse me dito alguns anos atrás, quando fui morar na terra santa, que um dia eu daria aulas de culinária palestina eu teria dado uma gargalhada. Pois é, a vida é cheia de surpresas (felizmente).
Continuar lendo “Fui ali em Paris”Minha melhor amiga (e uma sobremesa)
Vocês, pessoas, vocês… Eu tenho os leitores mais maravilhosos dessa internet. Nem sei como agradecer os comentários que vocês deixaram no meu último post. Eu li todos (duas vezes), me emocionei, chorei, fiquei profundamente tocada, me senti uma rockstar e agradeci as estrelas por ter tanta gente boa na minha vida. Recebam meus agradecimentos sinceros e meus abraços virtuais (estou abraçando cada um de vocês mentalmente agora. Sentiu um calorzinho ao redor dos ombros? Sou eu.)
Continuar lendo “Minha melhor amiga (e uma sobremesa)”O silêncio por aqui
Sou dessas pessoas que adoram dividir os momentos felizes, mas que preferem sofrer quietinhas num canto, sem testemunhas por perto. Sempre pensei que a razão desse meu comportamento era poupar os outros de preocupações desnecessárias, mas depois de muito meditar sobre a questão percebi que tem uma parte de orgulho também. Prefiro segurar as pontas sozinha porque se o frio dado é sempre proporcional à espessura do cobertor, eu não tenho razão pra reclamar. Continuo sem vocação pra reclamar, mas decidi parar de fingir que esse negócio de sofrer não é pra mim.
Continuar lendo “O silêncio por aqui”Cara de pau, ousadia, cogumelos e o gato que trabalha comigo
Poucos dias depois de ter chegado em Bruxelas aconteceu um evento de alimentação orgânica-alternativa-ecológica na cidade. No panfleto que explicava quais projetos e organizações estariam presentes, descobri que tinha um grupo de jovens belgas produzindo cogumelo em borra de café. Achei a ideia inusitada e imediatamente fiquei com vontade de saber mais sobre o projeto, que se chama Permafungi. Mas no meio da multidão que apareceu pra participar do evento acabei não encontrando o stand deles e nunca mais pensei no assunto.
Continuar lendo “Cara de pau, ousadia, cogumelos e o gato que trabalha comigo”A pessoa mais popular do churrasco
Viagens são sempre um desafio pra quem quer se alimentar bem, ainda mais se você for vegano(a). Tento comer frutas e vegetais frescos durante minhas viagens, mas nem sempre é possível e muitas vezes passo dias e dias comendo pão com hummus, porque são as únicas opções vegetais disponíveis. Apesar de ter degustado alguns pratos deliciosos durante minha última viagem pra Paris, quando voltei pra casa só conseguia pensar em sopa. Muita, muita sopa. Então fiz um sopão com os vegetais que consegui encontrar naquele dia, mais lentilhas verdes, e criei exatamente o tipo de prato que o meu corpo pede pra voltar a se sentir bem. Mas, como a foto acima indica, esse posto não é sobre sopa.
Continuar lendo “A pessoa mais popular do churrasco”De volta
Se alguém estava se perguntando por que esse blog anda tão silencioso, a resposta é: eu estava viajando. Acabo de chegar de uma semana em Paris, então pensei em dividir algumas imagens com vocês.
Continuar lendo “De volta”Saladas, sementes e criatividade
Eu estava pensando com os meus botões essa semana sobre o quanto o meu repertório de saladas é vasto e interessante. Antes de abraçar uma alimentação totalmente vegetal salada pra mim significava alface, pepino e tomate, regados com azeite e, se eu estivesse me sentindo particularmente gourmet, umas gotinhas de vinagre balsâmico. Hoje sou capaz de fazer saladas originais e surpreendentes com quase todos os ingredientes que passam pela minha frente.
Continuar lendo “Saladas, sementes e criatividade”“O que você viu uma vez não pode voltar a ser invisível” – Depoimento da ativista israelense Haidi Motola
No início do mês Anne foi convidada pra participar de uma conferência em Marseille (sul da França), no dia internacional da mulher. O evento foi organizado pelas ‘Femmes en Noir’ de Marseille, um grupo criado em solidariedade com o movimento ‘Women in Black‘, formado por mulheres israelenses que lutam há 26 anos contra a ocupação israelense nos territórios palestinos. Se você nunca ouviu falar desse movimento, vale a pena visitar o website. E não deixem de ver também a foto-reportagem feita por Activestills (o coletivo de fotógrafos do qual Anne faz parte).
Continuar lendo ““O que você viu uma vez não pode voltar a ser invisível” – Depoimento da ativista israelense Haidi Motola”Altamente subversivo
Descobri uma coisa maravilhosa, mas acho que quando eu descrever o que é vocês vão querer fechar a janela e ler outro blog. Mas lá vai. Brócolis confit. Traduzindo: brócolis cozinhado com azeite e alho durante uma hora, até ficar tão macio que você pode espalhar sobre uma fatia de pão como se fosse um patê.
Continuar lendo “Altamente subversivo”A arte de reciclar restos
Já abriu a geladeira e encontrou vários restos de comida, mas nenhum em quantidade suficiente pra se transformar em uma refeição? Se isso nunca aconteceu na sua cozinha, provavelmente você é do tipo que joga restos de almoço e jantar fora (ou do tipo que nunca cozinha em casa). Pare com isso imediatamente! Aquilo que sobrou na panela não é o resto da sua última refeição, é o começo da próxima.
Continuar lendo “A arte de reciclar restos”Me apaixonar não estava nos meus planos
Mês passado fez seis anos que cheguei na Palestina de mala e cuia, decidida a morar na terra santa. Ainda lembro perfeitamente desse dia. Na verdade lembro perfeitamente, com minúcia de detalhes, dos dias que antecederam minha chegada também. E Jerusalém está no coração desses eventos. Já contei pra vocês como fui parar na Palestina? Então procurem um assento confortável e uma caneca de chá que lá vem história.
Continuar lendo “Me apaixonar não estava nos meus planos”Como se sentir saciada com uma alimentação 100% vegetal
Você se tornou veg(etari)ana e desde que fez a transição de regime passou a ter fome o tempo todo? Você gostaria de comer mais refeições veganas/vegetarianas, mas tem a impressão que só proteína animal consegue saciar a sua fome? Quando você come um prato vegetariano/vegano seu estômago começa a roncar pouco tempo depois? Escutei essas reclamações inúmeras vezes, então resolvi (enfim! enfim!) escrever sobre o assunto. Leitoras famintas, seus problemas estão prestes a acabar.
Continuar lendo “Como se sentir saciada com uma alimentação 100% vegetal”Ensopado de alho-poró, tomate e feijão branco
Tive mais uma dessas semanas intensas, com emoções fortes, maratonas no trabalho e inúmeras coisas acontecendo ao mesmo tempo. Vi documentários extremamente interessantes sobre o controle dos EUA na América do Sul (vou colocar os links aqui porque acho que todos deveriam ver: “A revolução não será televisionada” e “The war on democracy“), me emocionei com o discurso de coming out de Ellen Page, quase tenho um infarto quando vi que Bolsonaro podia ser o novo presidente da Comissão dos Direitos Humanos, passei três dias cozinhando pra algum monge tibetano famoso (que eu não conhecia) e seus discípulos (30!), fiz uma oficina de culinária pra um grupo de dez pessoas e meia (uma das alunas tinha 3 anos) que terminou à meia noite, preparei dezenas de refeições no meu trabalho de ‘chef a domicílio’, almocei com um amigo português que acha o meu dialeto hilário (a recíproca é verdadeira:) …
Continuar lendo “Ensopado de alho-poró, tomate e feijão branco”Alimentação saudável pra crianças: as dicas de Bárbara
A última entrevista da série de alimentação saudável pra crianças é com a minha amiga Bárbara, que assim como Ingrid, a primeira mãe que compartilhou dicas aqui com a gente, entrou na minha vida através do blog. Bárbara Bastos é professora universitária e doutoranda e mora em Recife com o marido e o filho de 4 anos. Fiquei hospedada duas vezes na casa deles (na segunda vez levei minha irmã, que durante uma tarde se transformou na melhor amiga do pequeno Mateus) e pude ver pela primeira vez uma família vegana de perto. Juro que me senti como se tivesse vendo unicórnios!
Continuar lendo “Alimentação saudável pra crianças: as dicas de Bárbara”Como ter uma alimentação vegana e orgânica sem gastar muito
Muitas luas atrás escrevi um post explicando porque NÃO é mais caro ser vegetariano/vegano. No texto chamei a atenção pro fato das pessoas que acusam o vegetarianismo de ser uma opção mais cara confundirem comida vegetariana com comida orgânica e compararem coisas que não são comparáveis. Explico. Não faz sentido comparar o custo da alimentação de um onívoro que compra verduras não-orgânicas e escolhe sempre as marcas mais baratas no supermercado com o custo da alimentação de um vegano que compra verduras orgânicas e marcas especiais em lojas de produtos naturais. Na época em que eu fazia pesquisas na faculdade aprendi que pra comparar duas coisas temos que ter apenas uma variante. Na comparação que descrevi acima, que é o que a maioria das pessoa faz, tem duas variantes:
Continuar lendo “Como ter uma alimentação vegana e orgânica sem gastar muito”Salada do mar
Eu compro a maior parte da comida que entra aqui em casa num mercado orgânico (o ‘marché des tanneurs’). Foi lá que gravamos partes do vídeo sobre O GPAS. Os preços são excelentes (às vezes até mais baratos do que comida não orgânica de supermercado), os produtos são fresquíssimos e, na sua maioria, locais, o lugar é super agradável e o pessoal que trabalha lá é extremamente simpático. O único defeito é ser um pouco longe da minha casa.
Continuar lendo “Salada do mar”Alimentação saudável pra crianças: as dicas de Suzy
Mês passado comecei uma mini-série de posts sobre alimentação saudável pra crianças. Muitas leitoras me escrevem pedindo dicas pra melhorar a alimentação dos filhos e fazer as crianças comerem mais verduras, mas como eu não tenho filhos nem costumo cozinhar pros pequenos, resolvi pedir dicas a quem realmente entende do assunto: minhas amigas que são mães.
Continuar lendo “Alimentação saudável pra crianças: as dicas de Suzy”Surpresa! Surpresa!
Nas últimas semanas estive ocupada e empolgada com um novo projeto. A série de posts “Guia Papacapim de Alimentação Saudável”, que escrevi durante todo o ano de 2013, fez tanto sucesso que pensei em transforma-la em livro. Em e-book, pra ser mais específica.
Continuar lendo “Surpresa! Surpresa!”Umas fotos pra dar sinal de vida
Está um silêncio por aqui… Mas eu posso explicar. Estou preparando uma surpresa pra vocês e por isso estou sem tempo pra postar receitas e histórias nesse blog abandonado. Então pensei em passar por aqui só pra dar sinal de vida e vou aproveitar o ensejo pra dividir algumas imagens do que aconteceu por trás das cenas nos últimos meses. Hoje não tem receita, mas tem fotos. E cada foto tem uma historinha.
Continuar lendo “Umas fotos pra dar sinal de vida”