Alguns meses atrás Tel Aviv foi palco do que foi chamada de “a maior marcha de direitos animais da História“. Acredita-se que Israel tenha a maior população vegana do mundo e o país é frequentemente descrito como “a capital vegana do mundo” e “a terra prometida dos veganos” . Minhas amigas israelenses me disseram que o movimento vegano começou, vários anos atrás, como parte integrante da luta por justiça e contra todos os tipos de opressão, incluindo a ocupação e a colonização israelense da Palestina. Muitas veganas israelenses ainda militam contra a ocupação, mas essa conexão não está presente no discurso vegano dominante, onde conciliar veganismo e sionismo não parece ser um problema. Então eu não fiquei surpresa quando um amigo palestino me contou que um amigo dele, um palestino de 48, se juntou à marcha, mas decidiu ir embora pouco depois por causa dos comentários racistas que os ativistas israelenses estavam fazendo. É importante mencionar que um grande número de palestinos de 48 (palestinos que não foram expulsos de suas terras pelas forças sionistas durante a criação de Israel em 1948, contrariamente ao que aconteceu com dois terços da população da Palestina histórica da época, e que vivem no que hoje é Israel) são veganos ou vegetarianos. Na verdade, de acordo com um artigo de 2015 publicado no jornal israelense Haaretz, enquanto 3% da população judia israelense é vegana e 7% é vegetariana, a comunidade palestina de 48 conta com 6% de vegana(o)s e 11% de vegetariana(o)s.
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