15 dicas pra cozinhar de maneira prática e econômica

Feira, o melhor lugar pra comprar comida.

Talvez algumas pessoas imaginem que passo horas na cozinha preparando cada refeição. Isso às vezes é verdade, mas não é a regra aqui em casa. No dia a dia, principalmente agora que estou mais ocupada do que nunca, tento passar o mínimo de tempo possível na cozinha. Preparo o almoço em menos de meia hora (às vezes 5 minutos, se estiver bem preparada) e gasto entre 10 minutos e 1 hora pra fazer o jantar durante a semana. Em 10 minutos esquento um resto de sopa e preparo uma salada crua, em 1 hora cozinho um prato completo, como um ensopado ou um gratinado (que será meu jantar durante vários dias).

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Panquecas em Berlim

Com vocês, o último vídeo gravado durante as férias na Europa em agosto. Pois é, levou quase seis meses pra ficar pronto, e Ricardo da Vege TV já devia ter perdido as esperanças de um dia vê-lo, mas valeu a pena. A receita do vídeo é a panqueca de batata alemã que aprendi com…hum, uma pessoa que passou pela minha vida. Ela já apareceu aqui no blog (a panqueca, não a pessoa), mas dessa vez resolvi testar um molho novo de inspiração alemã e aconteceu o que parecia impossível: a receita ficou ainda melhor.

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Monsieur Carotte

Esse post vai ser curtinho, só pra avisar que o endereço do blog mudou. Agora sou a dona do meu domínio e vocês podem me encontrar no papacapim.org. Quem salvou o antigo endereço não precisa se preocupar, wordpress encaminha diretamente pro novo.

Também queria apresentar um amigo meu, Monsieur Carotte. Apesar da cabeleira rasta, Monsieur Carotte é francês, daqueles que adoram comer croissant no café da manhã. Nos conhecemos em agosto do ano passado, quando estava de férias no interior da França. Tirei essas fotos pra imortalizar o momento. (Minha cunhada Claire, que é uma artista incrível e que teve a imensa gentileza de criar o logo do blog pra mim, arrumou Monsieur Carotte pras fotos. Merci, Claire.)

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Cosméticos naturais

No último post dei as seguintes dicas pra diminuir o número de produtos tóxicos que entra no organismo através da pele e ajudar a acabar com o sofrimento inútil de animais em laboratórios:

1- Reavalie suas necessidades em cosméticos e use somente o necessário.

2-  Não compre cosméticos que foram testados em animais.

3- Prefira produtos/cosméticos naturais, pois geralmente eles são mais seguros e éticos.

4- Fabrique seus cosméticos em casa, utilizando ingredientes naturais.

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Tudo sobre os seus cosméticos

Faz muito tempo que estou devendo a uma amiga um post sobre as empresas de cosméticos que testam em animais. Eu queria escrever um artigo que tratasse não só da questão dos testes, mas também  da necessidade de cosméticos, do perigo que eles podem representar pra saúde e oferecer algumas alternativas práticas.

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Sugestões para um natal vegano

Precisando de inspiração vegana pro natal desse ano? Vasculhei as receitas publicadas aqui no blog e formei três sugestões de menus. Você pode misturar pratos de diferentes menus, claro, ou procurar no índice de receitas pra ter mais ideias. Estou publicando a lista hoje pra você ter tempo suficiente de comprar os ingredientes antes de sábado. Também estou preparando um quarto menu com receitas inéditas, que postarei nos próximos dias.

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Como ser vegano em uma família onívora

Durante a visita anual à minha família em Natal me dei conta de algo que, por mais estranho que possa parecer, até então não tinha percebido: como é difícil ser vegano em uma casa onde todos são onívoros. Assim que me tornei vegana decidi abandonar a linguística e trabalhar com culinária vegetal, logo comecei a passar a maior parte do meu tempo na cozinha, mesmo durante as férias. Aonde quer que eu fosse, eu levava meu kit de sobrevivência e ocupava a cozinha de quem estivesse me hospedando. Mas esse ano decidi que a prioridade era passar o máximo de tempo possível com a família e tirei férias da cozinha pela primeira vez. Acabei preparando alguns pratos, como a torta de chocolate, banana e amendoim que fiz pra minha sobrinha, mas a maioria das refeições que comi foi preparada por outra pessoa (mãe, irmã, prima, tia…). Isso mudou tudo. É fácil ser vegano quando sua maior diversão é criar pratos vegetais deliciosos, mas quando você depende de cozinheiros onívoros pra preparar suas refeições a coisa fica bem mais complicada. Desde então fiquei matutando sobre a questão e resolvi fazer um mini guia de sobrevivência pros veganos que moram com famílias onívoras e não têm tempo (nem intimidade suficiente com as panelas) pra preparar todas as suas refeições.

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Pedido

Parece que o meu karma é achar gatinhos abandonados… Hoje minha sobrinha achou um gatinho dentro do motor do caminhão (!!!) do meu pai. Na casa dela tem dois cachorrões e aqui na nossa casa tem um cachorrinho, então não podemos ficar com o gatinho. Ele parece ter uns 3 meses e a gente acha que é um macho. Batizei ele de Jihad e claro que o gatinho já conquistou meu coração, mas por causa do cachorro daqui tenho que mantê-lo em uma caixa no quintal. Será que algum de vocês gostaria de adotar Jihad? Ele é fofinho, carinhoso, muito esperto e enquanto eu escrevo essas linhas escuto ele me chamando, desesperado pra sair daquela caixa, o que me parte o coração. Não pude salvar minha gatinha Shams, por isso é ainda mais importante achar uma família pra Jihad. Se puderem divulgar (facebook, twitter, email) eu ficaria eternamente grata. E pra mostrar minha gratidão, darei uma aula particular de culinária vegana pra alma boa que achar um lar pro gatinho (lembrem-se que estamos em Natal).

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Guia Vegano Berlim

O último guia vegano que apareceu aqui no blog foi sobre Londres, que considerei durante muitos anos o paraíso dos veganos. Embora ainda seja uma das minhas cidades preferidas, Londres foi destronada quando visitei Berlim em agosto. Já tinha ouvido falar na facilidade de achar comida vegetal na capital alemã, mas não imaginei que os herbívoros eram tão bem vindos naquelas terras. Existem dezenas de lugares veganos em Berlim e você pode ver a lista completa no site happy cow, mas aqui vão alguns dos que visitei na minha passagem por lá.

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Não engula mais isso!

Às vezes uma conversa, um livro, um filme ou uma cena que presenciamos ecoa de maneira tão intensa dentro de nós que é impossível não reagir. Foi o que aconteceu hoje quando assisti ao documentário « O veneno está na mesa », do cineasta brasileiro Silvio Tendler. Senti mais uma vez a obrigação que pesa nos ombros dos que tomam consciência de algo dessa importância: preciso informar os outros.

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Proteina vegetal: muito além da soja

Uma salada colorida e proteinada (receita no final do post)

É  impressionte como nos dias de hoje ainda sabemos pouco sobre os alimentos que comemos. Já cansei de escutar pessoas dizendo que só tem proteínas em produtos de origem animal, quando um mínimo de conhecimento em nutrição seria suficiente pra entender que o mundo vegetal também está repleto de proteínas. Outro mito é imaginar que proteína vegetal significa soja e nada mais.

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Tudo o que você sempre quis saber sobre a B12

Tem um assunto que ainda não tratei na seção « Tire suas dúvidas » e recentemente alguns leitores me escreveram cobrando: a questão da vitamina B12 na dieta vegana. Algumas pessoas consideram que esse é o argumento final contra o veganismo: “Não existe B12 nos vegetais, só nos produtos de origem animal. Isso prova que o ser humano precisa de carne.” Aha! Foi descoberto o calcanhar de Aquiles do veganismo e alguns veganos partirão com o rabinho entre as pernas e uma dúvida na cabeça: ser vegano não é natural à espécie humana? Por ser algo tão polêmico resolvi escrever um post inteiro sobre o assunto.

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Novo vídeo

Graças aos comentários positivos que vocês deixaram no vídeo dos gnocchi, consegui vencer a vergonha mais uma vez e fiz outro vídeo. Ele foi postado no site da Vege Tv (obrigada, Ricardo), mas não podia deixar de colocá-lo aqui no blog também.Dessa vez confesso que nem doeu muito e consegui disfarçar um pouco melhor o nervosismo (e não lambi nada, mas tenho certeza que minhas irmãs acharão outras razões pra criticar minha “performance”).

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De férias

Em 24 horas eu peguei um táxi, um ônibus, uma van, dois aviões, outra van, um carro e atraversei três fronteiras. Saí de casa domingo as 9 da manhã e cheguei na minha destinação final segunda ao meio dia. Mas essa longa e cansativa jornada valeu a pena. Meu peito se enche de alegria quando volto ao velho mundo, sem falar a felicidade de encontrar a família francesa, degustar as refeições elaboradas e as longas conversas ao redor da mesa, respirar o ar puro e fresco da Auvergne e descansar depois dos meses de trabalho intenso. E ainda tem o jardim do meu sogro…

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É mais caro ser veg(etari)ano?

Harira, sopa marroquina de lentilha e grão de bico.

Algumas semanas depois de ter começado o blog escrevi pra minha querida amiga Potyra pedindo pra ela ler a seção “Tire suas dúvidas” e me dizer o que tinha achado. Potyra é uma das pessoas mais inteligentes e perspicazes que conheço e por não ser exatamente uma simpatizante do veg(etari)anismo, eu sabia que seu criticismo seria extremamente útil. Uma das coisas mais interessantes que ela disse, depois de ter lido o artigo, foi “Você devia falar dos custos de uma dieta vegetariana, se é mais caro do que uma dieta convencional…” Achei a sugestão da minha amiga ótima, porém acabei esquecendo o assunto. Mas ao ler esse artigo no ViSta-se, onde foi comentado o discurso do diretor da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), Fernando Sampaio, que afirmou “Vegetarianismo é coisa de elitista” e “Eu nunca vi um vegetariano pobre”, voltei a pensar no assunto. Alguns dias atrás uma leitora me escreveu dizendo que estava pensando em se tornar vegana, mas que o fato de ser mais caro e complicado acabava impedindo que ela adotasse um regime 100% vegetal. Então percebi que estava na hora de abordar esse mito que insiste em sobreviver no meio onívoro, a crença que é mais caro ser vegetariano.

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Descobertas

Nésperas

Morar em um país estrangeiro tem várias vantagens e uma das minhas preferidas é poder descobrir alimentos novos. Entre a primavera e o verão o número de vegetais encontrado nas feiras dobra: uma verdadeira explosão de cores, aromas e sabores. Minhas descobertas gastronômicas aqui foram muitas, mas hoje vou mostrar alguns vegetais que só aparecem entre a primavera e o começo do verão e que eu nunca tinha provado até me mudar pra Palestina. Comecemos pelas nésperas da foto acima. Essa fruta suculenta e de sabor suave é uma delícia. Eu já tinha espiado nésperas nos supermercados franceses, mas por ser um produto importado o preço alto me manteve longe delas. Hoje tenho um pé de néspera no jardim e posso desgustar a frutinha de graça. Pena que a safra só dura algumas semanas.

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Surpresa!

Esse é o centésimo post que escrevo e ele vem com uma surpresa. Aquela surpresa da qual falei um tempo atrás. Um dia Ricardo da Vege TV deixou um comentário aqui no blog perguntando se eu não toparia fazer um vídeo pra eles e se eu morava em São Paulo. Respondi que morava na Palestina e que não queria fazer vídeo não, senhor, pois morro de vergonha dessas coisas e prefiro continuar escondidinha na minha caverna nos confins do Oriente Médio. Mas Anne estava do meu lado e me obrigou a aceitar o convite. Ela, além de ser uma fotógrafa super talentosa, trabalha com vídeo e já fez até um curta metragem que foi mostrado em vários países. Como ela se propos a fazer o vídeo, a perspectiva de trabalharmos juntas me animou e reescrevi o email dizendo “Claro, pois não, com todo o prazer.” Depois passei a noite acordada pensando na vergonha que ia passar.

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Minha irmã

Quando ela nasceu eu estava esperando um irmãozinho. Talvez seja por isso que não gostei dela logo de início.  Na verdade “não gostar” é um eufemismo. Quando crianças brigávamos tanto que nossa mãe nos chamava ora de “Irã” e “Iraque”, ora de “Caim” e “Abel”. Naturalmente, eu era o Iraque e Caim pois, como toda irmã mais velha, eu detestava minha irmã mais nova. Ainda hoje minha consciência pesa quando penso nisso. Não que eu fosse extremamente malvada com ela, mas eu estava convencida que minha irmãzinha era a criatura mais chata, grudenta, imitona, mentirosa e desagradável do universo. Ela, como toda irmã mais nova, me admirava e queria fazer tudo que eu fizesse. Quanto mais eu a rejeitava, mais ela grudava em mim, o que me irritava profundamente e acabava inevitavelmente em pancada. Um dos momentos mais gloriosos da nossa infância foi quando, depois de uma briga ferrenha entre nós, nossa mãe nos puniu com uma surra embaixo do chuveiro. Apanhar pelada e molhada é bastante desagradável, mas graças ao estranho método de educação infantil utilizado pela minha mãe (Piaget? Waldorf?) a coisa ficou ainda pior quando ela disse que só pararia se a gente dissesse que se amava e trocasse abraços e beijos. Peladas e molhadas. Minha irmã me agarrou imediatamente e repetiu várias vezes “Eu te amo, Sandra!”. Eu não mexi nem um dedo e pensei: “Prefiro apanhar.” Eu realmente detestava a minha irmã.

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Despensa vegana

Uma parte da minha despensa (nos meus sonhos)

Eu me tornei vegana do dia pra noite. Minha alimentação evoluiu lentamente durante os anos e pouco a pouco fui parando de comer animais, mas minha intenção era ser vegetariana. Quando atingi esse ponto pensei que meu trabalho tinha terminado, dei um tapinha nas minhas costas e me felicitei por ter alcançado meu objetivo. Eu nem sonhava que poucas semanas depois eu tomaria uma decisão ainda mais “radical”, segundo alguns. Embora eu não lembre quando comecei a pensar em adotar uma dieta vegetariana, me recordo perfeitamente do momento em que decidi me tornar vegana. Foi no meio de uma tarde de setembro de 2007 e meu armário e geladeira estavam cheios de produtos de origem animal. Por que eu lembro desse detalhe? Porque naquele exato momento fiz um acordo comigo e com a geladeira: eu comeria aquilo tudo mas nunca mais compraria nada que não fosse vegano. Não que eu quisesse alguns dias pra me despedir dos queijos, iogurtes e sorvetes que seriam excluídos pra sempre da minha vida, de maneira alguma! Minhas convicções eram tão fortes que eu queria era começar minha nova dieta sem crueldade o mais rápido possível. Mas sendo a pessoa aversa a disperdícios que sou, a idéia de jogar comida fora era inadmissível. Então comi tudo, com uma mistura de culpa e nostalgia antecipada (“Foi muito bom te conhecer, sorvete Häagen-Dazs. Você sempre terá um lugar no meu coração, queijo de cabra. Querido Baileys, sentirei saudades!”).

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