As duas últimas semanas

Semana passada eu estava em Amsterdã, comendo toda a comida vegana que consegui colocar no estômago. Semana retrasada eu trabalhei sem parar e cozinhei em vários lugares diferentes. Fiz um churrasco 100% vegano (o meu primeiro!) e preparei um jantar em um caminhão-cozinha. E alimentei muitas, muitas bocas. Na verdade eu nunca tinha alimentado tantas bocas de uma vez só. Aqui vão algumas fotos das duas últimas semanas.

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O silêncio por aqui

Sou dessas pessoas que adoram dividir os momentos felizes, mas que preferem sofrer quietinhas num canto, sem testemunhas por perto. Sempre pensei que a razão desse meu comportamento era poupar os outros de preocupações desnecessárias, mas depois de muito meditar sobre a questão percebi que tem uma parte de orgulho também. Prefiro segurar as pontas sozinha porque se o frio dado é sempre proporcional à espessura do cobertor, eu não tenho razão pra reclamar. Continuo sem vocação pra reclamar, mas decidi parar de fingir que esse negócio de sofrer não é pra mim.

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“O que você viu uma vez não pode voltar a ser invisível” – Depoimento da ativista israelense Haidi Motola

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No início do mês Anne foi convidada pra participar de uma conferência em Marseille (sul da França), no dia internacional da mulher. O evento foi organizado pelas ‘Femmes en Noir’ de Marseille, um grupo criado em solidariedade com o movimento ‘Women in Black‘, formado por mulheres israelenses que lutam há 26 anos contra a ocupação israelense nos territórios palestinos. Se você nunca ouviu falar desse movimento, vale a pena visitar o website. E não deixem de ver também a foto-reportagem feita por Activestills (o coletivo de fotógrafos do qual Anne faz parte).

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A arte de reciclar restos

repolho, cenoura, cebola

Já abriu a geladeira e encontrou vários restos de comida, mas nenhum em quantidade suficiente pra se transformar em uma refeição? Se isso nunca aconteceu na sua cozinha, provavelmente você é do tipo que joga restos de almoço e jantar fora (ou do tipo que nunca cozinha em casa). Pare com isso imediatamente! Aquilo que sobrou na panela não é o resto da sua última refeição, é o começo da próxima.

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Me apaixonar não estava nos meus planos

Mês passado fez seis anos que cheguei na Palestina de mala e cuia, decidida a morar na terra santa. Ainda lembro perfeitamente desse dia. Na verdade lembro perfeitamente, com minúcia de detalhes, dos dias que antecederam minha chegada também. E Jerusalém está no coração desses eventos. Já contei pra vocês como fui parar na Palestina? Então procurem um assento confortável e uma caneca de chá que lá vem história.

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Como se sentir saciada com uma alimentação 100% vegetal

Você se tornou veg(etari)ana e desde que fez a transição de regime passou a ter fome o tempo todo?  Você gostaria de comer mais refeições veganas/vegetarianas, mas tem a impressão que só proteína animal consegue saciar a sua fome? Quando você come um prato vegetariano/vegano seu estômago começa a roncar pouco tempo depois? Escutei essas reclamações inúmeras vezes, então resolvi (enfim! enfim!) escrever sobre o assunto. Leitoras famintas, seus problemas estão prestes a acabar.

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Alimentação saudável pra crianças: as dicas de Bárbara

A última entrevista da série de alimentação saudável pra crianças é com a minha amiga Bárbara, que assim como Ingrid, a primeira mãe que compartilhou dicas aqui com a gente, entrou na minha vida através do blog. Bárbara Bastos é professora universitária e doutoranda e mora em Recife com o marido e o filho de 4 anos. Fiquei hospedada duas vezes na casa deles (na segunda vez levei minha irmã, que durante uma tarde se transformou na melhor amiga do pequeno Mateus) e pude ver pela primeira vez uma família vegana de perto. Juro que me senti como se tivesse vendo unicórnios!

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Como ter uma alimentação vegana e orgânica sem gastar muito

acelga verde rosa

Muitas luas atrás escrevi um post explicando porque NÃO é mais caro ser vegetariano/vegano. No texto chamei a atenção pro fato das pessoas que acusam o vegetarianismo de ser uma opção mais cara confundirem comida vegetariana com comida orgânica e compararem coisas que não são comparáveis. Explico. Não faz sentido comparar o custo da alimentação de um onívoro que compra verduras não-orgânicas e escolhe sempre as marcas mais baratas no supermercado com o custo da alimentação de um vegano que compra verduras orgânicas e marcas especiais em lojas de produtos naturais. Na época em que eu fazia pesquisas na faculdade aprendi que pra comparar duas coisas temos que ter apenas uma variante. Na comparação que descrevi acima, que é o que  a maioria das pessoa faz, tem duas variantes:

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Alimentação saudável pra crianças: as dicas de Suzy

Mês passado  comecei uma mini-série de posts sobre alimentação saudável pra crianças. Muitas leitoras me escrevem pedindo dicas pra melhorar a alimentação dos filhos e fazer as crianças comerem mais verduras, mas como eu não tenho filhos nem costumo cozinhar pros pequenos, resolvi pedir dicas a quem realmente entende do assunto: minhas amigas que são mães.

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Umas fotos pra dar sinal de vida

Está um silêncio por aqui… Mas eu posso explicar. Estou preparando uma surpresa pra vocês e por isso estou sem tempo pra postar receitas e histórias nesse blog abandonado. Então pensei em passar por aqui só pra dar sinal de vida e vou aproveitar o ensejo pra dividir algumas imagens do que aconteceu por trás das cenas nos últimos meses. Hoje não tem receita, mas tem fotos. E cada foto tem uma historinha.

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Os melhores posts de 2013

Espero que todos tenham passado um ótimo fim de ano, cheio de alegria, comida gostosa e ao lado das pessoas que vocês amam. Eu trabalhei na véspera de natal até a noite (preparei uma ceia vegana pra uma família onívora!) e quando cheguei em casa, depois de ter passado o dia todo cozinhando, tinha perdido o apetite. Então comi pão torrado com faux gras (o patê vegano que é uma deliciosa alternativa ao cruel fois gras) e conversei com a minha família no skype. Eu não comemoro natal e só participo de jantares especiais nessa época do ano quando estou visitando a família de Anne no interior da França, então adorei ter passado uma noite tranquila em casa.

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Adquira uma base sólida de conhecimentos em nutrição

Antes de 2013 ir embora, aqui está a décima segunda, e última, dica do Guia Papacapim de Alimentação Saudável:

 Adquira uma base sólida de conhecimentos em nutrição

Fico muito triste quando vejo a que ponto a maioria das pessoas se sente perdida quando o assunto é nutrição. Pessoas se alimentando mal, fazendo escolhas alimentares pobres, adotando todos os regimes malucos que aparecem nas revistas, acreditando piamente que iogurte açucarado e aromatizado é essencial pras crianças crescerem saudáveis, correndo pra comprar o super alimento que passou na tv achando que ele é a cura pra todos os seus problemas… Tudo isso poderia ser evitado se a gente tivesse alguns conhecimentos de base em matéria de nutrição. Os mitos sobre alimentação, que prejudicam a saúde de muita gente e cria preconceitos contra o veganismo (“Só a carne tem todas as proteínas que o corpo precisa”,  “Só tem cálcio no leite”, “Só tem ferro na carne” etc.), se partiriam em mil pedacinhos se as pessoas fossem mais bem informadas.

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“O veganismo foi uma maneira de alinhar minhas convicções com os meus atos”

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Quando conheci Anne ela era onívora. Quando começamos a namorar eu propus um trato: eu não cozinharia nada não-vegano e não queria que ela preparasse carne em casa, mas ela poderia ter laticínios e ovos na geladeira e sempre que quisesse comer carne iríamos a um restaurante. Como ela não consumia laticínios e raramente comia ovos, Anne propôs ir ainda mais longe: ela decidiu que a alimentação em casa seria sempre vegana e só comeria carne em restaurantes e nas casas dos amigos. E nunca mais falamos no assunto. Menos de quatro meses depois ela decidiu (por livre e espontânea vontade) se tornar vegana. Esse mês faz cinco anos que ela abraçou o veganismo, então achei que seria o momento ideal pra convidá-la pra participar da série ‘Porque me tornei vegano’.

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Alimentação saudável pra crianças: as dicas de Ingrid

Vez ou outra uma mãe me escreve pedindo dicas de como fazer os filhos comerem melhor e/ou aceitarem mais vegetais na alimentação. Como não tenho filhos e tive poucas oportunidades de cozinhar pra crianças, fico sem saber o que responder. Claro que tenho algumas ideias, que podem se resumir em duas frases. 1- Crianças aprendem imitando os pais e se você quiser que seus filhos comam bem, vai ter que dar o exemplo. 2- Não deixe entrar na sua casa o que você não quer que entre no estômago dos seus filhos. Mas não posso pregar algo que eu mesma não pratico e fico imaginando que as mães responderiam: “É fácil pra você falar isso, mas queria ver se tivesse um filho torcendo o nariz pras suas sopas e pedindo biscoito recheado”.  Verdade. Mas como gostaria de ajudar as mães que me escrevem regularmente, decidi perguntar pra quem realmente entende do assunto: outras mães. Então pedi pra amigas que têm filhos e que estão criando os meninos de uma maneira extremamente saudável (pouco ou nenhum açúcar refinado, pouco ou nenhum produto industrializado, muitas frutas e verduras…) responderem algumas perguntas. Espero que a experiência delas inspire e ajude as mães e os pais que acompanham o blog.

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Um presente pra mim (e uma proposta pra vocês)

Update 06/12: Anunciei as ganhadoras do ‘programa’ nos comentários.

Alguns dias atrás publiquei esse post explicando, entre várias outras coisas, que gostaria de ajudar todas as pessoas que me escrevem pedindo dicas e soluções pros problemas ligados à alimentação vegetal (dificuldade em fazer a transição, ganho de peso depois de ter adotado a dieta vegetariana ou vegana etc.), mas que infelizmente isso não é possível. Apesar do blog representar uma grande parte do meu trabalho (voluntário) eu preciso fazer várias outras atividades (remuneradas) pra poder pagar o aluguel e colocar comida na geladeira. Sonho em ser voluntária em tempo integral, bla, bla, bla, mas preciso pagar as contas como todo mundo, bla, bla, bla, não posso passar meus dias dando conselhos de graça na internet, bla, bla, bla. Vocês conhecem a história.

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Exclua bebidas doces da sua rotina

A última dica do mês de novembro e penúltima dica do Guia Papacapim de alimentação saudável é:

 Exclua bebidas doces da sua rotina

Mais uma vez, vou discutir um assunto que vai gerar polêmica por aqui. Ainda não encontrei ninguém que acreditasse que refrigerantes, comuns ou diets, são bons pra saúde. Mas estou me referindo aqui a todo tipo de bebidas doces industrializadas (energéticos, isotônicos, chás gelados) e sucos de frutas, industrializados ou naturais (é aqui que começa a polêmica). Eu já escrevi sobre isso aqui, mas pra mim esse assunto é tão importante que vale a pena insistir. Bebidas doces não passam de concentrados de açúcar em forma líquida, sem falar que a maioria delas contem ingredientes artificiais que não deveriam fazer parte da sua dieta.

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As perguntas que mais me fazem

Passei o fim de semana respondendo perguntas feitas pela simpática Samira Menezes, que publicou a entrevista no blog dela ontem, e fiquei pensando nas perguntas que leitores e pessoas que encontro pela vida me fazem com mais frequência. Então pensei em responder algumas delas aqui. Instalem-se confortavelmente no sofá (aceitam um café?) e vamos conversar um pouco.

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“Hoje eu acho fácil ser vegano, o difícil mesmo é amar, respeitar e aceitar a minha própria espécie”

Em julho minha amiga Johanna contou as razões que a levaram a se tornar vegana e como a mudança aconteceu na sua vida e eu não imaginava que quatro meses passariam antes que outro post da série ‘Porque me tornei vegano’ aparecesse por aqui. Mas aqui estou com mais uma entrevista que vai inspirar e fazer refletir.

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