Choco extravagância

Trufas de bolo (com avelãs e whisky)

Se alguém achar um nome melhor pra essa receita, eu aceito sugestões. Essas são as trufas de bolo que fiz pra comemorar o aniversário da minha irmã (e que ela não pode comer, mas o que vale é a intenção). A receita é minha mas o conceito não. Eu acompanho vários blogs de culinária americanos e vi que lá pelos States está na moda fazer cake balls e cake pops (as tais das cake balls espetadas em palitos de pirulito). A idéia de fazer um bolo, esfarelá-lo, misturar com cobertura, fazer bolinhas e cobri-las com chocolate me pareceu brilhante. Eu gosto de bolos super úmidos e com bastante cobertura, então por que não misturar logo os dois juntos? Quando comecei a procurar uma receita de bolo de aniversário pra minha irmão lembrei das cake balls. Minha irmã faz parte daquele (imenso) grupo de pessoas que só gosta de sobremesa se tiver muito, muito chocolate. Aviso: estômagos sensíveis a chocolate, essa receita não é pra vocês!

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Altos e baixos (e cupcakes de chocolate com laranja)

Eu gostaria de estar no lugar desse gatinho agora. Colo, carinho e zero preocupação é tudo que preciso! A semana super ultra ocupada deveria terminar hoje à tarde, mas houve mudanças de planos e vou cozinhar pra minha vizinha até amanhã. Já não aguento mais a dor nas costas e, por causa da fadiga, fiz um monte de besteira (como quebrar alguns copos e a forma de cerâmica importada que uso pra fazer pão). A “cerise sur le gâteau”, como dizem os franceses, foi ter ficado sem gás ontem à noite, enquanto preparava o jantar e assava um pão e um bolo. Liguei pro senhor que vende gás e ele avisou que estava faltando gás na cidade. Aí eu sentei no chão e chorei. Depois me lembrei que tinha que alimentar a vizinha então me levantei e fui até a casa dela (que é colada à minha) perguntar se ela não queria jantar conosco no restaurante ao lado. Felizmente a vizinha ainda tinha um resto do almoço na geladeira e disse pra eu não me preocupar que o seu jantar estava garantido. Eu e Anne nos contentamos com um pedaço de pão, que terminei de assar no nosso micro forno elétrico, e uma salada de tomate e mangericão. Hoje de manhã liguei pro senhor do gás de novo e (desespero!) ainda estava faltando gás. A necessidade sendo mãe da criatividade, preparei o almoço e o jantar no microondas. Tem um microondas aqui em casa mas nunca, nunca uso. Podem me chamar de louca, mas essa história de aquecimento por agitação de moléculas me parece muito suspeita. Eu quero as moléculas da minha comida no lugar certo, ninguém venha bagunçar com elas! Por essa razão não uso esse treco. E também porque acho que a textura de algumas comidas esquentadas no microondas fica horrível. Mas hoje o agitador de moléculas quebrou um galhão! Cozinhei macarrão, quinoa, molho de “queijo”, brócolis e o bolo (que comecei a assar ontem) no danado e, pra minha grande surpresa, deu tudo certo. Acho que depois de hoje eu devia parar de falar mal do bichinho…

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Minha rispidez, um bolo e uma entrevista

Bolo de coco e cenoura

Minha irmã caçula me deu uma bronca por causa do post sobre o pavê de banana. Ela disse que eu fui muito ríspida com meus leitores. Desde então me sinto culpada. Essa irmã tem o dom de me fazer sentir culpada, mas na maior parte do tempo isso é uma coisa boa. Ela me faz refletir sobre meus atos e palavras, o que me ajuda a evoluir e a me tornar uma pessoa melhor. O problema é que ela também é… ríspida. Parece que a rispidez é algo que todos nós herdamos na  família.

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Sobremesa sem desculpas

Pavê de banana com coco, baunilha e rum

Acho que não é mais segredo que não sou muito fã de sobremesas. Eu gosto de um pedacinho de bolo de vez em quando e com certeza aprecio um cookie ou um gelato bem feitos, mas a verdade é que raramente sinto desejo de comer doces. E como aqui em casa só tem eu e Anne, isso significa que qualquer sobremesa que eu fizer será dividida por dois e eu terei que dar conta de metade de um bolo de chocolate! Parece um sonho pra você? Pra mim não. Então geralmente só faço sobremesas quando temos convidados pra jantar. O que aconteceu sábado passado.

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Muffins e a magia do natal

Muffins de limão e sementes de papoula

Estou correndo contra o tempo essa semana, mas acho que esse é um comportamento generalizado no final do ano. Entre o trabalho, os projetos e os compromissos, ando me alimentando de vitamina de banana e ignorando solenemente a bagunça da minha casa. Pra agravar a situação viajo depois de amanhã e estou longe, longe de ter começado os preparativos pra viagem. Tudo que eu queria era me esconder embaixo dos cobertores e só sair de lá quando a fada da faxina tivesse passado, arrumado a casa, feito o jantar e preparado minha mala. Eu sei que a fada da faxina não existe, mas isso não me impede de sonhar com ela. Também queria que uma secretária com poderes mágicos fizesse o meu trabalho, escrevesse os artigos que tenho que escrever e respondesse meus e-mails. Eu sei, eu sei, secretária com poderes mágicos também não existe, mas é quase natal e tenho o direito de sonhar um pouquinho. Não tem gente que espera um velhinho vestido de vermelho aparecer?

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Vinte e nove

Torta de maçã (a melhor de todas)

Dizem que os ciclos dos planetas têm uma influência na nossa vida. Saturno leva vinte nove anos pra dar uma volta completa ao redor do sol. Quando alguém completa vinte nove anos acontece o famoso “retorno de Saturno”, a primeira grande crise da vida adulta. É quando começam aquelas cobranças do estilo “Já conseguiu um diploma?”, “Já comprou uma casa?”, “Já casou?”, etc.  É quando as pessoas sentem aquela vontade urgente de mudar de vida. Meu vigésimo nono aniversário aconteceu algumas semanas atrás. Um belo dia de novembro acordei e tinha vinte nove anos. Olhei ao redor e esperei a crise.  Felizmente, ao fazer a análise desses vinte nove anos de existência, o saldo foi positivo. Realisei o grande sonho da minha vida, que era fazer faculdade no exterior. Descobri o que realmente quero fazer da vida e joguei fora o diploma da faculdade. Visitei vários países. Matei meu pai (foi Freud que mandou e é no sentido figurado) e perdoei minha mãe por não ter sido a mãe que eu sonhei em ter (quanto a me perdoar por não ser a filha que ela sonhou em ter, essa será minha missão durante os próximos vinte e nove anos). Fiz as pazes com meu corpo. Encontrei o amor da minha vida e tratei logo de casar com ela pra não perdê-la de vista. Não tenho casa, nem carro, nem sequer cartão de crédito e tudo que possuo cabe em uma mala (tirando minha vaquinha Macabéa), mas se engana quem pensa que isso me preocupa. Achei o meu lugar no mundo e sou muito feliz.

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Delícia vegana de chocolate e banana

Bolo “fondant” chocolate-banana

Na era pré-vegana da minha vida, criei um bolo de chocolate intenso e úmido que batizei, humildemente, de Supremo. Anos depois, a primeira receita vegana doce que criei foi inspirada nesse bolo. A mudança principal foi ter substituído os ovos por bananas. Eu estava muito apreensiva com relação ao resultado, mas o bolo que tirei do forno superou minhas expectativas. Ao invés de ter criado a versão vegana do Supremo, eu tinha criado algo completamente diferente. Não que isso seja ruim, claro. A receita rendeu um “fondant” de chocolate e banana. Os franceses gostam de usar a palavra “fondant” pra descrever bolos densos e levemente cremosos, que derretem na boca. Continuar lendo “Delícia vegana de chocolate e banana”

Cozinhando com crianças

Salame de chocolate

Eu tenho seis sobrinhos mas como moro do outro lado do mundo, sou muito menos presente na vida deles do que gostaria.  Agora que estou em Natal aproveito pra recuperar um pouco o tempo perdido durante minhas longas ausências. Meu sobrinho mais velho tem vinte anos e o caçula tem cinco. Além dessa enorme diferença de idade, cada um tem gostos e personalidades únicas, de modo que o que diverte um, entedia o outro. Enquanto meu sobrinho mais velho me convida pra fazer palestras sobre direitos humanos* e encontrar seus amigos comunistas, o caçula me pede pra brincar de fazer vudu. Reconheço que sou uma tia atípica (tive a idéia de fazer o vudu com meu sobrinho uma tarde em que estávamos entediados, procurando uma brincadeira nova, e nos divertimos muito alfinetando –à distância- todos os membros da família), mas também faço coisas “de tia” de vez em quando, como levar as crianças ao cinema ou ao parque. E como não podia deixar de ser, também gosto de cozinhar com eles. Continuar lendo “Cozinhando com crianças”

Aquela que não gosta de chocolate

Pudim Cremoso de Chocolate

Eu não sou fã de chocolate. Quando criança, irritei muito minha irmã caçula por causa disso. Ganhávamos ovos de páscoas exatamente do mesmo tamanho mas o dela desaparecia em menos de um dia enquanto que o meu durava semanas. Ela se revoltava e falava pra eu comer logo tudo, pra ficar sem chocolate como ela (como é lindo o amor entre irmãs). Mas eu não aguentava comer mais do que um pedacinho por vez, muito menos comer chocolate todos os dias. Continuar lendo “Aquela que não gosta de chocolate”

Uma das minhas melhores lembranças da França

Pain d'épices
Pain d’épices

Uma das coisas que eu mais gostava de fazer durante o inverno na França era visitar as feiras de natal (“marchés de noël”).  Durante as semanas que precedem o natal, feiras com produtos típicos dessa época do ano são organizadas em todo o país. Tinha uma na minha rua e eu adorava passar por ela voltando do trabalho. Os odores que escapavam dos estandes eram deliciosos: vinho quente com especiarias, chocolates e alguns pratos de inverno preparados com batatas e muito queijo derretido. Mas o que eu mais gostava de comer nas feiras de natal era “pain d’épices”. Continuar lendo “Uma das minhas melhores lembranças da França”