De cara, já aviso que não tenho a resposta. Vim aqui compartilhar minhas experiências militando dentro de um coletivo anticapitalista de tendência anarquista, na esperança de que elas possam inspirar quem está numa situação parecida.
Esse mês faz um ano que o nosso coletivo, as Brigadas de Solidariedade Popular (BSP), foi criado. Era o início da pandemia de Covid 19 e estávamos atravessando o primeiro lockdown na França. A primeira BSP apareceu em Milão, uma iniciativa de militantes antifascistas. Com o objetivo de organizar a solidariedade popular diante da crise sanitária e alimentar, as BSP logo se espalharam por uma parte da Europa. A BSP de onde eu moro, na periferia norte de Paris, foi a primeira da França e também veio da militância antifascista. Outras surgiram logo em seguida, fazendo com que a França fosse o país com o maior número de Brigadas. Um ano depois, poucas continuam ativas. A nossa nunca deixou de organizar atividades de solidariedade e seguimos mais ocupadas do que nunca. Isso se explica, de uma parte, pelo fato do território onde estamos ser o cantão mais pobre da França inteira. A crise alimentar e econômica, que já existia pré-Covid, nunca parou de aumentar por aqui. A longevidade do nosso coletivo também tem outra razão: o compromisso das militantes que o compõe, que ja vinham da luta antifascista, antiracista, feminista….mas não antiespecista.
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