Depois da colheita, os palestinos levam as azeitonas pra prensa o mais rapidamente possível. Idealmente, as azeitonas devem ser prensadas nas 24 horas que seguem a colheita, mas por ter poucas prensas na região de Belém, as azeitonas acabam esperando um pouco mais. O centro da produção de azeite palestino fica em Nablus, no norte, e lá tem mais prensas do que aqui. Porém, o azeite de Belém e das duas cidades vizinhas (Beit Jala e Beit Sahour) tem fama de ser o melhor de toda a Palestina. Meu amigo Tawfic explicou que essa região tem um micro clima perfeito pra produção de azeitonas e por isso o sabor do azeite daqui é superior. Eu posso confirmar: o azeite de Tawfic é o melhor que já provei na vida! Ele tem uma nota verde intensa, com um gosto de mato depois da chuva (nunca comi mato depois da chuva, mas tenho certeza que o gosto é idêntico ao cheiro), mas ao mesmo tempo é aveludado e tão cremoso que chega a ser (pasmem!) amanteigado. É difícil descrever um sabor tão complexo, só mesmo provando pra entender.
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A salada de Lila
Eu já falei muito da minha irmã caçula aqui no blog, mas acho que nunca mencionei que tenho mais duas irmãs. Ao contrário de Lu e eu, elas não sentem nenhum afeto pela cozinha e a mais velha, Lila, é famosa pela falta de talento nesse departamento (ela tem vários outros talentos, garanto). Na hora de preparar comida, o que ela faz cada vez mais raramente, Lila junta a falta de interesse com a falta de paciência, mistura o que vir pela frente, corta as verduras em quatro (e se justifica dizendo “estilo chinês!”) e o resultado, embora comestível, nunca impressiona ninguém. Como eu disse, ela tem outros talentos e nem todo mundo faz questão de brilhar na cozinha como eu.
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