Acho sábio casar com alguém que tenha gostos ligeiramente diferentes dos seus. No amor, acredito que extremos opostos se repelem, mas ligeiramente diferentes se complementam. Se Anne e eu tivéssemos exatamente os mesmo gostos eu não estaria desfrutando agora de uma noite tranquila assistindo a vídeos de Jessier Quirino, enquanto ela dança ao som de hip hop do outro lado do país. Eu gosto de ter a casa só pra mim vez ou outra, de exercitar meu egoísmo sem culpa, preencheendo essas horas com atividades que agradam somente à minha pessoa. Nas minhas (raras) noites solitárias, além de me acabar de rir com Jessier Quirino, eu aproveito pra testar pratos diferentes. Às vezes encontro receitas com combinações inesperadas, ou tenho uma idéia super ousada, mas fico um pouco apreensiva em testar a receita quando tenho companhia (E se a outra pessoa não gostar? E se a receita for ruim e eu desperdiçar meus ingredientes?). Preparar a receita quando estou sozinha é mais seguro. Se ela não for boa, além de não desperdiçar uma quantidade grande de ingredientes, ninguém fica sabendo da minha falha e minha reputação de boa cozinheira estará salva. Se a receita tiver potencial, mas precisar ser melhorada, eu tenho a possibilidade de fazer os devidos ajustes quando prepará-la novamente.
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