Desastre culinário e uma vitamina de consolo

Vitamina de pêssego, banana e chia

Desastres culinários acontecem com os melhores cozinheiros e a minha humilde cozinha não poderia ser uma exceção. Desde ontem afago, acaricio e converso com uma bola de massa que deveria se transformar em bagels hoje. Minha agenda de afazeres do mês de novembro está assoberbadíssima e a ideia era congelar pão pras próximas duas semanas. Mas os deuses do pão não estavam do meu lado. Não sei o que deu errado, porém suspeito que meu fermento pra pão venceu e não faz mais efeito. O fato é que meus bagels não cresceram nada, ficaram tão densos e pesados quanto tijolos de barro e são totalmente intragáveis. Enquanto digito essas linhas uma fornada de 16 (16!!!!) bagels aguarda o seu destino no forno apagado. Na verdade 15, pois comi um pra tentar me convencer que, não, não, meus pãezinhos não são tão ruins assim, e acabei com o equivalente a um quilo de cimento no estômago. Ai! Infelizmente o destino da fornada será o lixo. Nem me lembrem do desperdício que isso significa, pois minha consciência já está tão pesada quanto o meu estômago!

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Smoothie de cereja com cacau

Antes de sair de férias aproveitei as últimas cerejas da estação, que eu tinha congelado alguns dias antes, pra fazer um smoothie. Usei leite de amêndoas, porque amêndoa e cereja nasceram uma pra outra, e bananas, pra adoçar e ficar mais cremoso.  Depois do primeiro gole tive uma ideia. Sempre gostei de chocolate recheado com cereja, então coloquei o smoothie de volta no liquidificador e bati novamente com um pouquinho de cacau em pó. O gosto de chocolate ficou bem discreto, mas acho que deixou o smoothie mais especial.

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Smoothies

Smoothie de banana e morango

Algumas semanas atrás vi os primeiros morangos do ano na feira. Cansada das frutas de inverno (o que aqui significa maçã, pera e nada mais) e feliz em poder enfim começar a degustar as suculentas frutas da primavera/verão, tratei logo de comprar um quilo. O morango custou caro, mas como é uma das minhas frutas preferidas voltei pra casa toda saltitante. Minha alegria desapareceu quando coloquei o primeiro morango na boca: a fruta era quase insípida e ainda não estava madura. Bem feito pra mim, que esqueço de vez em quando que comprar fruta fora de época não vale a pena: não tem gosto, custa caro e não é nem um pouco ecológico (esses morangos, por exemplo, vinham de uma estufa aquecida a custo de muita energia pra fazer as frutinhas crescerem em pleno inverno).

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O que fazer com alfarroba

Shake de banana e alfarroba

Logo que me mudei pra cá, tive o prazer de trabalhar durante seis meses, e morar durante algumas semanas, com uma americana chamada Janelle. Nós simpatizamos no minuto em que fomos apresentadas e somos amigas até hoje, apesar dos milhares de quilômetros que nos separam (ela mora em Seattle, EUA). O pai de Janelle é médico e ela estudou saúde pública, então seu conhecimento em matéria de nutrição é admirável. Passamos muitas horas explorando a feira de Jerusalém e a lojinha de produtos orgânicos que fica do lado. Graças à Janelle descobri que cevada não serve só pra fazer bebida, que aveia em flocos grossos é mais gostosa, e segundo ela mais nutritiva, que aveia em flocos finos e que é importante comer um punhado de oleaginosas todos os dias (conselho do seu pai). Ela é vegetariana mas vivia dizendo que se eu cozinhasse pra ela todos os dias ela se tornaria vegana sem hesitar. Um dia, pra agradecer todos os pratos que eu preparei durante as semanas que ela ficou hospedada na minha casa, ela me convidou pra lanchar na casa dela. Nesse dia ela preparou, entre outras coisas, alfarroba quente, um tipo de “chocolate” quente feito com leite de soja e alfarroba em pó no lugar do cacau. Eu não conhecia alfarroba e no início achei a bebida estranha, mas depois de alguns goles comecei a apreciar aquele sabor tão particular.

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